O céu azul celeste mostrava aos olhos humanos limitados a imensidão do universo e da grandeza do mundo. Algumas nuvens brancas se dissolvia nesse céu, parecendo pequenas pinceladas de tinta. De tempos em tempos, passava um bando de pássaros migrando para a primavera que se aproximava.
Da campina, era possível observar a cordilheira que a cercava, como se fosse um local sagrado e isolado, e nos picos de cada montanha, descia uma neve.
E na campina, era possível observar os picos, mas não o rodapé, pois o bosque que estava a curta distância impedia. Um pequeno riacho com água cristalina cortava a campina fazendo um som relaxante, ele vinha de alguma nascente das montanhas, e com ele, algumas espécies de peixes brincavam e seguiam a favor da corrente.
O som do riacho, do vento que balançava a copa das árvores e os pássaros orquestravam a música da natureza, enquanto as flores, a grama e a terra traziam o aroma da pureza. A terra estava úmida e fértil, o jardim de flores era bem diversificado, e as abelhas e borboletas que se aproximavam, deixavam a visão mais colorida e bela.
O local era um canto esquecido e intocado pelo ser humano, por enquanto.
Correndo, pernas ultrapassando uma a outra na rapidez mais possível, o vento cortava o rosto, estava difícil respirar, mas não podia parar, estava fugindo. Estava fugindo da vida.
Com apenas uns trapos que um dia era uma roupa elegante, as mãos levantando a saia rasgada que mostrava toda a grandeza das pernas e os pés descalços bem sujos de lama, nem era possível mais ver as unhas. As alças do corpete descia pelos ombros, e os seios avantajados quase saindo, vibravam em cada passo que dava, estava tão rápido que quase nem toca o chão. O vestido um dia foi turquesa, agora já estava bem sujo e apagado que nem era possível identificar a cor original. Os cabelos ruivos longos voavam com o vento enquanto ela desafiava a gravidade e o ar. Por enquanto o caminho estava amplo, mas ela se aproximava de um bosque e iria ficar mais difícil correr, porém isso não a impediria de continuar seu rumo. Seu destino de ir a lugar nenhum.
Passando por entre as árvores, agora em uma velocidade bem reduzida, precisava ter cuidado com os galhos no rosto, e com as pedras no chão. O caminho estava ficando mais fechado até que se deparou com um rochedo grandioso que tinha uma pequena passagem, que em pé ela não conseguiria passar, mas de quatro apoio foi possível. Era bem escuro, mas dava para ver a luz no final que indicava uma saída para o outro lado, e sem pensar, por mero instinto, ela seguiu até a luz.
Do outro lado, ficou em pé novamente, suspirou e tirando o cabelo que grudava no rosto suado, sorriu. Aquela clareira parecia ter sido feita por alguma entidade superior de tão perfeita, mas no momento ela só queria se refrescar e descansar da longa corrida que teve até chegar ali. Caminhou até o riacho, tirou a roupa lentamente e entrou na água, não tinha sabonete é claro, mas passava a mão sobre o corpo para tirar o suor e a lama que estava nas pernas. Percebeu que os peixes com destreza desviava dela e continuava seu curso, nenhum sequer bateu nela. Colocou a mão no caminho deles, mas o cardume continuava desviando. Apoiada nas pedras encostou o rosto e fechou os olhos, aproveitando o calor solar que brilhava quando batia em sua pele.
Aquele local passava tanta tranquilidade que esqueceu que fugia e acabou tirando um cochilo, acordou quando escorregou e entrou água em suas narinas. Levantou rapidamente e observou o local, continuava tranquilo igual quando chegou, o sol estava atrás das montanhas, estava anoitecendo, ela precisava se vestir antes que a noite caísse e começasse a sentir frio, porém suas roupas ainda estavam sujas. Puxou as roupas para a água e esfregou rapidamente para limpar, sem sabão com certeza a limpeza não foi perfeita, mas foi o suficiente para tirar a lama.
Saiu da água e colocou estendida sobre uma pedra onde o sol ainda tocava, enquanto isso iria procurar alguma coisa para comer.
Caminhando por entre os arbustos e árvores olhava cada canto em busca de frutas, encontrou uma pequena árvore com um fruto roxo, abaixou e cheirou, tirou um e quando levava-o a boca ouviu uma voz grave ecoar:
-Se eu fosse você, não comeria isso!
Rapidamente ela correu para trás do arbusto e abaixou tentando esconder o corpo nu, e procurava por todos os lados de onde vinha a voz:
-Quem disse isso? Apareça para que eu possa te ver e não olhe para mim!
-Está tentando se esconder? - a voz masculina ri - Ainda consigo te ver, mas por que se esconde?
-Porque você deve ser um homem e eu estou sem minhas roupas. - ela disse irritada - Apareça logo!
-Estou bem aqui! - percebeu que ela continuava procurando pelos lugares errados a orientou - Aqui em cima!
Quando olhou para cima, viu um rapaz de estatura média e corpo atlético com adereços que pareciam de caça. Em um grito saiu correndo para se esconder atrás de uma árvore.
-Você não tem vergonha de espionar uma donzela enquanto ela se banha?
-Não estava espionando e a donzela está em um território que… - ele hesita - que não deveria estar - umas asas douradas se abriu nas costas dele e ele desceu com cautela até o chão perto da árvore onde ela estava. Estupefata, a moça gaguejou dizendo:
-Vo...você… é...é um an...jo?
-Anjo? Não! Sou um guardião do vale. E a senhorita não deveria estar aqui, venha, vou te levar de volta para o outro lado! - ele estendeu a mão em direção a ela.
-Está maluco? Estou sem minhas roupas, não saio daqui enquanto você não sair de perto!
-O que há de errado em estar sem roupas?
-É sério que está me perguntando? - os dois calados se olhavam, a ruiva percebeu que ele realmente não tinha malícia - eu sou mulher e você é um homem…
-Não sou homem, sou um guardião…
-Eu quis dizer que você é do sexo oposto que o meu e não devemos nos ver sem vestimentas - ela o interrompeu.
-Por que?
-Ah - ela resmungou - pegue minhas roupas logo e paremos com essa discussão boba!
-Você acha mesmo que vou sair daqui correndo o risco de você fugir?
-Fugir? Estou sem minhas roupas! Você acha que sairia daqui sem minhas roupas?
-Por que não? Você estava até agora sem elas andando tranquilamente pelo vale.
Rapidamente subiu um rubor nas bochechas dela.
-Você estava esse tempo todo me observando?
-Claro, qual parte de que sou um guardião você não entendeu? Eu precisava certificar que não iria machucar nenhuma entidade e nem… se envenenar.
-Está falando da fruta que eu ia comer?
-Sim, é uma fruta que utilizo para colocar nas setas de defesa - ela retirou uma lança que estava nas costas olhando para sua ponta.
-Defesa? Pensei que era para caça!
-Bem, agora que parece mais tranquila, venha logo, o sol está se pondo e precisamos ficar seguros.
-Eu já disse que não sairei daqui!
-Donzela… - ele pensou - Aliás, como é seu nome?
-Ágata.
-Meu nome é Marcel. Ágata, venha logo eu não olharei para você se preferir, mas preciso que que venha comigo, não posso quebrar o protocolo de deixar um intruso sozinho.
-Ok, mas você vai olhar para a outra direção e se eu perceber que olhou para mim, quebrarei seus dentes perfeitos.
Ágata saiu detrás da árvore enquanto Marcel olhava para o outro lado e ficou ao lado dela.
-Preciso segurar em seu braço, para certificar que está perto de mim, já que não poderei usar minha visão!
-você não tocará em mim! Utilize seus outros sentidos, audição, olfato, sei lá, mas não me toque.
-Ok - ele suspirou - mas saiba que tenho a audição bem apurada, nem tente fugir.
Os dois caminharam em direção a pedra onde ela deixara seu vestido, ou os trapos dele, enquanto Marcel olhava para as montanhas, Ágata se vestia.
-Pronto!
Ele a olhou dos pés a cabeça e fez uma careta:
-todo esse escândalo para vestir isso?
-o que? Essa roupa é de gala, está suja e rasgada, mas ainda é de gala.
-gala?
- Bem, já vi que vai ser difícil contigo - ela bufou e revirou os olhos - Aliás, me conte o que é ser um guardião, e como teve essas asas?
- Não vou te contar nada, agora que está vestida, vou te levar para fora do vale, você não pode ficar aqui.
Ela não podia ficar ali. Lugar sagrado. Intocado pelo homem e pela malícia. Puro. Mas ela também não podia sair, ou seria pega e aprisionada. aprisionada no próprio destino. Lembrando do que a esperava se fosse embora, se ajoelhou:
- Por favor! Me deixe ficar aqui! - juntou as mãos e suplicou com a voz embargada.
O crepúsculo já anunciava que a escuridão se aproximaria. Marcel olhou em volta e pensou. Pegou Ágata pelo braço a puxando para cima.
-Poderá ficar aqui essa noite, porque fora do vale é perigoso, mas amanhã você precisa ir - ela o olhou nos olhos e abriu um sorriso - ah! E eu estarei o tempo todo te vigiando.
- Obrigada!
O sol já estava todo escondido atrás das montanhas, restavam apenas seus raios alaranjados, o que os davam poucos minutos para encontrar um abrigo. Marcel sabia os lugares certos para uma noite de descanso, a ruiva só precisava o seguir e confiar. Confiança. Ela estava fugindo exatamente porque não tinha confiança. Estava confiando no Guardião do vale, mas a todo momento olhava pela fenda em que passou, com medo daqueles do qual fugia a encontrasse ali. Eles pararam em frente a uma caverna que estava bem protegida por arbustos.
-Aqui será seu abrigo…
-Meu? Você disse que não deixaria de me vigiar! - ela debocha
-E não deixarei, eu não durmo, tenho que vigiar o vale a noite também!
A ruiva deu de ombros e entrou na caverna, não nenhum pouco aconchegante, tinha umidade da montanha e cheirava a musgo, além de que estava bem fria. Ágata avaliou o lugar com uma careta, não tinha como dormir ali. Voltou para a entrada onde deixou Marcel olhando atenciosamente para todos os lados:
-Está parecendo um paranoico! - ela colocou as mão na cintura e riu
-Não tenho o costume de vigiar do chão, minha visão fica limitada, ainda mais de noite - ele olhou para ela - E porque saiu novamente?
-Não tem como dormir ali, é fria e úmida, eu vou congelar!
Marcel suspirou pensou por uns rápidos segundos, pegou Ágata no colo e voou em direção ao céu, ou ao topo da montanha.
-Ei! Aonde está me levando? - ela perguntou com desespero - Me coloque no chão!
-Para de ser tão mandona! - ele a encarou - Deixei ficar no vale e agora está voando!
Ela segurou firmemente no pescoço dele e olhou para o solo que se afastava rapidamente. Sua respiração estava acelerada por causa do medo, mas não tinha escolha a não ser confiar naquela criatura. E ele voou alto, tão alto que foi possível ver a extensão do vale. Ele era muito extenso e lindo. Ágata sorriu e afrouxou os braços.
-O que achou? - ele sorria olhando para ela
-É muito bom ver daqui, a altura não me passa nenhuma confiança, mas… - ela olhou para ele e os olhos se encontraram - Eu confio em suas asas!
-Vamos dar uma volta pelo céu! - ele sorriu e agora voando em velocidade tranquila, Ágata sentia a brisa enquanto observava a vida lá embaixo, alguns seres noturno que ela não conseguia distinguir se mexiam e depois de um passeio no céu nos braços do guardião e olhou para aquele rosto simétrico:
-Seus braços não estão cansados em me carregar?
-Não, mas acho melhor você ir descansar - ele voou em direção de uma das montanhas e quando Ágata achou que iam bater contudo na rocha, eles atravessaram uma hera japonesa e estavam dentro da montanha. Marcel a colocou no chão e foi arrumar um montinho de palha que parecia um ninho.
-Esse lugar parece mais aconchegante, vou dormir nesse ninho?
-Ninho? - ele riu - Como quiser chamar, mas é isso mesmo, sei que vocês humanos têm uma criatividade para utensílios do dia a dia que admiro, mas aqui as coisas que a natureza oferece são bem agradáveis também - ele abriu os braços olhando com um sorriso para ela - Mi casa su casa!
Ela colocou a mão na frente da boca e sorriu. Caminhou lentamente sob o olhar de Marcel e se aninhou na palha.
-Você é esperto - ela disse já com os olhos fechados - Me trouxe aqui porque sabe que não tem como eu fugir!
Ele que ainda a olhava não disse nada e apenas sorriu, sabia que ela já não o ouviria mais. Agora precisava voltar para a vigia, mas ver Ágata dormindo era uma novidade, ele conhecia muitas espécies de vida, tanto vegetais quanto animais, conhecia o ser humano, mas ter um tão perto dele era uma novidade. Ágata dormir serena, de alguma forma a luz da lua conseguiu entrar na caverna e iluminava o rosto dela, o que a deixava mais parecida com as ninfas que ele conhecia. Se aproximou lentamente até ficar bem próximo ao rosto dela, e a respiração dele a acordou:
-O que foi? - ela o olhou sonolenta e ele não disse nada e continuou a observando com o rosto próximo, ela se sentou e ficou olhando para ele curiosa, ele olhou para os braços dela que estavam nus e passou a mão levemente, parecia que estava descobrindo algo novo. E estava.
Ela observou ele passar a mão nos braços dela e depois olhou para o rosto dele que agora estava olhando nos lábios dela, que foram se aproximando e finalmente se tocaram. Tocaram os lábios e então os corpos se aproximaram, ela envolveu os braços no pescoço dele e a envolveu na cintura, trazendo para perto, e com o beijo mais acelerado e ritmado, ele deitou sobre ela, e então se encaixaram, se tornaram um.
Quando a luz do sol invadiu a caverna. Marcel levantou espantado procurando por seu arco e flecha. Ágata acordou o olhando com os olhos semi fechados tentando se acostumar com a luz.
-O que você tem?
-Eu não vigiei durante a noite, preciso descer no vale e ver se está tudo em ordem! - ele pegou as armas e estava saindo quando olhou para ela que o encarava confusa - Você precisa vir comigo! - pegou pelo colo novamente, mas agora ela estava acostumada e desceu nos braços tranquilamente.
Quando chegaram no solo, Marcel colocou no chão e voou mais baixo.
-Já confia em mim para me virar as costas?
-Sim, agora fazemos parte um do outro, temos um elo - ele respondeu enquanto voava e olhava por todos os lados e desceu na frente dela - Aparentemente está tudo normal.
Os dois aproximaram novamente e tocando a testa um do outro sorriram:
-Disse para mim que eu não te tocaria! - ele falou sorrindo
-E você disse que não me deixaria ficar aqui! - os dois riem e se beijam de novo.
-Venha! - ele a pegou pelo pulso - você precisa comer, não está com fome?
-Sinceramente não.
-De qualquer forma, você precisa comer!
Eles caminharam até o bosque, onde tinha algumas árvores frutíferas, ela pegou algumas em uma árvore e ele pegou outras, um de costas para o outro, colocaram as frutas no centro e nesse momento ouviram um grande piado de uma ave, e um bando de pássaros levantar voo. Marcel ficou alerta e Ágata imediatamente olhou para o guardião assustada a espera de alguma instrução.
-Alguém entrou no vale! - fique aqui, vou verificar!
Ele abriu as asas douradas e voou acima das copas das árvores, onde pôde ter uma visão mais ampla. De cima viu cinco homens com roupas quentes e escuras, todos com armas de fogo nas mãos apontando para qualquer direção, com o dedo no gatilho, prontos para atirarem no primeiro ser vivo que se movesse. Marcel ainda não foi visto, ele procurou suas flechas que sempre ficava junto ao seu corpo, mas não estava lá. Estava perto dos homens, e ele viu que um deles achou e examinava, não iria conseguir recuperar sem ser visto, precisava de um plano B. Ágata olhava de baixo, viu que Marcel tateou o corpo e de onde estava viu os homens. Os homens do qual fugia. Se sentiu culpada, eles estavam atrás dela e por causa dela eles encontraram o vale, e com certeza o destruiria. Marcel estava desarmado e ela precisava fazer alguma coisa.
Saiu correndo dentre as árvores e ficou frente a frente com os homens. Ela gritava:
-Estou aqui! - estava com as mãos para cima - Eu me rendo, vamos embora!
O homem que examina as flechas, largou tudo no chão e aproximou com um sorriso malicioso:
-Vamos embora? Você será levada para onde nunca deveria ter saído, e esse lugar… - ele examinou olhando para o vale - tenho planos melhores para ele!
-Não! Vocês não vão destruí-lo como destroem tudo por onde passam!
Era a deixa de Marcel, eles se distraíram com Ágata e ele conseguiria pegar sua arma. Voando por cima, estava já próximo das flechas envenenadas, mas sua sombra o traiu, e um dos homens o viu.
-Quem é você? - ele grita e os outros olham para trás
-Corre Ágata! - Marcel ordenou enquanto voava para o alto com suas flechas mirando em um dos homens.
O homem mais gordo apontou a arma para Marcel enquanto ordenava que fossem atrás de Ágata que corria em direção as árvores mais densas:
-O que é você, criatura? - ele apontava a arma para Marcel
-Jamais saberá! - ele prestava atenção em tudo, nos dois homens que estavam com ele na mira e nos três homens que corriam atrás de Ágata e estavam quase alcançando-a.
Voando em zigue-zague para os que estavam com ele na mira não o acertassem, voou na direção dos três que estavam a alcançar a ruiva. Seu plano ela tirar Ágata do chão e fugir, mas não daria tempo e não tinha escolha a não ser atirar no homem que estava bem próximo dela. Ele disparou a flecha que acertou a panturrilha do homem que em um urro caiu no chão. Os outros homens que seguiam Marcel do chão, ao ver um de seus homens feridos, não hesitaram em atirar. Com o som do tiro, ágata sentiu um arrepio no corpo e vacilou. Olhou para trás e viu seu anjo cair lentamente até o chão.
-NÃO! - única palavra que saiu de sua boca junto com as lágrimas que saía dos seus olhos
Os dois homens que ainda a perseguia a segurou em cada braço e voltaram na direção do homem gordo.
-Me largem! - ela se debatia - Marcel! - Ela chamava os prantos, mas o anjo não se mexia - Seus monstros! Por quê?
-Cale a boca! - O homem gordo se aproximou de Marcel de busto no chão, o empurrou com o pé. Ele estava com os olhos fechados e uma poça de sangue dourado se formava em baixo do corpo. Ágata se debateu tanto que conseguiu se soltar das garras dos monstros. Correu na direção do guardião e debruçou sobre ele:
-Acorda! Não me deixe aqui, não deixe o vale, ele precisa de você! - ela chorava sobre o corpo dele - Me desculpa! Foi tudo culpa minha!
Os quatro homens a observava com um sorriso sádico. E o homem gordo ficou sério de repente:
-Basta! Levem-na!
Os dois homem a pegaram de novo e a arrastaram para a gruta por onde entraram. Enquanto os outros dois observava Marcel ainda caído.
-Deixe essa aberração aí, depois voltamos para dar um destino melhor a esse lugar - ele virou-se para sair
- Enquanto ao Rodolfo? - o homem que foi atingido pela flecha estava vivo, caído no chão se agonizando
- Leve-o de volta, quem sabe sobreviva.
Ágata estava com os pés e as mãos amarradas. Com cada um dos homens do seu lado, a vigiando. Ainda escorria lágrimas dos olhos. Ela olhou para trás, vendo o lugar que estava deixando o homem que morreu por culpa dela. Ela colocou a mão sobre a barriga e sussurrou:
-Não demore, você será a nossa esperança.
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