Às vezes me pego lembrando o passado, a época em que tudo era mais divertido, mas inocente e talvez mais feliz: as festas de aniversários, o almoço de páscoa, a ceia de natal e virada do ano, as férias, onde a família e os amigos se reuniam . Naquela época, a hora passava devagar e nós, crianças, brincávamos demais, comíamos demais e todos aqueles momentos eram almejados no dia seguinte quando acabava, indo dormir torcendo para já amanhecer.
Os aniversários eram muitos, as brincadeiras também, me lembro da expectativa dos presentes, queria sempre que fossem brinquedos.
Responsabilidade? A única era a lição de casa, quando tinha. Assim que chegava em casa, comia com rapidez e corria para a rua, encontrava os amigos e ficavam brincando, hora de mamãe da rua, hora de esconde esconde, outrora apenas ficávamos conversando, o assunto? Qualquer coisa. E quando o tempo passou e correr já não era tão chamativo, ficávamos falando sobre garotos, a única coisa além de falar deles, eram um beijinho rápido que logo cada um saia correndo para junto dos amigos e amigas.
Quando foi que tudo ficou tão chato?
Como um passe de mágica, não percebemos a mudança e de repente as coisas ficaram mais supérfluas e cansativas. Hoje, as festas tem que ter bebidas, e ainda assim, é tão passageiro. As horas passam rápidas, a gente chega, come, conversa quando há assunto ou suporta alguns, depois vai embora, com o vazio, estava lá e ao mesmo tempo não estava. Acreditamos que nos divertimos, mas se for refletir, nem percebeu o momento. A mente estava no trabalho, nos estudos, na casa para limpar.
Na verdade, é raro a vontade de sair, quando chega do trabalho, só quer se jogar no sofá e ficar passando os canais até cair no sono. Quando chega o fim de semana, é internalizado na mente que é momento de diversão, e vão para as festas à noite, e se divertem. Mas no dia seguinte, não passou de apenas uma vaga lembrança, além da ressaca.
Onde deixei a minha infância?
A diversão está em dança sensual, em álcool e outras drogas- para mascarar a realidade, e o jogo de conquista, qualquer forma desesperada de prazer.
Tudo superficial e efêmero, e tudo está como um ciclo vicioso, é sempre a mesma coisa e as mesmas decepções e o mesmo vazio.
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