É estranho e difícil começar a falar de sentimentos, escrever torna fácil, mas ainda sim é constrangedor. Quando se tem um amor platônico, falar o nome da pessoa em voz alta é como se estivéssemos nos expondo, parece que todos conseguirão ler nossas mais profundas intimidade e desejos em apenas uma expressão ao mencionar a pessoa amada, é como se tornasse real, enquanto não mencionamos e não contamos a ninguém, é distante, como um conto de fada, e quando dizemos, fica muito óbvio. É aí que começamos, contando primeiro para um amigo próximo, depois a cumplicidade fica mais claras para os colegas e logo todo mundo fica sabendo, menos a pessoa, ela sempre é a última a saber. Você tenta de todas as formas mandar sinais, fazer ela entender entrelinhas, para não precisar expressar as palavras que pode fazer você dar um passo ou quebrar toda magia. Enquanto isso, a magia…
Você passa os dias imaginando coisas, como seria se aquela pessoa estivesse ali contigo, fazendo seu hobby juntos. E se morassem juntos? Cozinhariam juntos? E fariam como nos filmes quando a receita sai errada e aí começa uma guerra divertida na cozinha. E nos momentos íntimos? No banho, o momento mais revelador da pessoa, quando você fica mais vulnerável, tomar banho com aquela pessoa, você a acariciando e vice versa, entre os sabonetes um beijo em partes sensíveis…
E nos finais de semana, deitar e assistir um filme água com açúcar na TV, ou então jogar uma partida de videogame enquanto comem besteiras.
Aí você volta para a realidade, quando o primeiro beijo ainda é uma incógnita de vai acontecer. E imagina como ele seria, estariam embalados em um plano de fundo, ao som de alguma música romântica e se olhariam e lentamente aproximariam, os lábios tocam, e devagar vai se momento com carícias, e claro que as mãos estariam presentes, acariciando outras partes, a nuca dele, a cintura dela, e depois dos lábios, o corpo se aproxima também, agora com um sentimento forte como se os dois fossem se tornar um.
E aí alguém chama porque você estava olhando para o nada com a boca aberta, imaginando uma incerteza gostosa e tentadora. Você olha para a pessoa, e tenta desvendar pelos olhos se ela ela pensa a mesma coisa que você, se ela também imagina vocês juntos em uma casa vazia e que pudessem deixar apenas a linguagem do corpo dizer o que sentem.
E aí vem a aflição, se não for recíproco? E se a outra pessoa imagina todas essas coisas com um outro alguém? Aí sua expressão abobalhada muda para de tristeza, e você é obrigado a por os pés no chão, e entender que querer não é poder e cada um é livre em sentimentos e ações, você decide que não deve se iludir e olha a pessoa mais uma vez, e vê que ela está te olhando, então toda a chama se acende novamente, todo aquele êxtase volta, e você se pergunta: quando esses dois cabeças duras vão tomar a atitude?
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