Eu estava lá, limpinho, disposto, esperando por
alguém, tinha pelo menos mais 28 que eram mais disputados que eu, talvez eles
fossem mais bonitos, eu particularmente nunca achei, mas de as pessoas gostam,
fazer o que? Igual a mim, tinham mais 23, acho que éramos a classe dos feios.
Nesse dia, estava ansioso, quando acordei senti que seria diferente, abasteci
minhas energias e fui para o trabalho, começou a chegar pessoas, e como
esperado, foram logo disputarem entre si aqueles mais bonitos - como já disse, particularmente
não vejo graça neles. Depois que todos estavam ocupados, fiquei na expectativa,
o próximo que chegar virá até a mim, e foram chegando pessoas, elas me olhavam,
senti que me queriam, mas não sei por que hesitavam, não avançavam, passava
outro, por um momento achei que ia ser aquela, mas passou reto, teve um que
parou bem em frente a mim, eu fiquei ansioso, era o momento, mas ele não fez
nada, ficou me olhando, e só me olhando, eu quase implorei "por favor,
estou disponível" mas continuou parado lá, igual um besta, quando o fulano
bonitão do meu lado se desocupou, o rapaz que estava na minha frente quase se
jogou em cima do bonitão do meu lado, "droga! Estava disponível aqui o
tempo todo, e ele não me quis?" Comecei a ficar pistola, as pessoas jovens
e bonitas não me queriam, até que chegou alguém, era uma mulher jovem, alta,
dos cabelos longos e pretos, tinha um ar elegante, estava de salto preto e
carregava uma bolsa a tira colo, uma boca grande com um batom vermelho marcava
seus lábios grossos. Isso! Isso! Vem até a mim, estou disponível. E ela veio,
qual foi a minha alegria quando ela veio, tentei ao máximo agradá-la, oferecer
conforto, mas minha alegria durou pouco, logo chegou um senhor, de cabelos
grandes, curvado, todo enrugado, mal se aguentava em pé, e rapidamente a moça
saiu e me ofereceu a ele. Oh céus! Por quê? Por que a moça se foi e me deixou
com esse pé na cova que não se aguenta em pé? E logo me veio a resposta, ouvi a
moça comentar com uma outra: acento preferencial né? Só podemos usar na
ausência de pessoas necessitadas.
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