Ela estava no canto dela, focada, olhar sério, intimidador, e o rapaz a olhava, era bonita, mas parecia ser um sonho de consumo de muitos. Ela o olhou, percebeu que ele a encarava encantado e curioso, e ele viu mais uma qualidade, um sorriso fácil. De tanto observar, viu que educada , meiga, amigável, mas ainda inalcançável.
Ficou observando-a por tanto tempo que nem o viu passar, e de súbito, todo mundo começou a guarda as ferramentas e desligar os computadores, ele precisava fazer o mesmo, contudo não poderia perdê-la de vista, a garota do sorriso fácil. Hoje era o dia que ele a faria o perceber com outros olhos, e não como o perdedor do departamento.
Ela já estava a caminho da saída, já tinha se despedido das amigas e dos rapazes que falavam com ela. Arrumou seus acessórios, ela passou pela porta, "droga", apertou o botão para desligar o computador e logo saiu atrás, apressado, mas sem correr, ela não podia perceber sua ansiedade. Ela estava esperando o elevador, ele a olhava disfarçadamente, até que ela olhou de volta e sorriu, seu coração acelerou e ele perdeu o fio da meada. Ela pegou o elevador e ele travou. "Droga", precisava pegar o elevador e ela já tinha descido, como iria oferecer carona para ela? Desceu as escadas correndo para tentar alcançá-la. Quando final,ente saiu do prédio, a viu no final da rua virando a esquina, acelerou o passo, e quando virou a esquina, lá estava ela, há uns três metros, mas não sozinha, estava aos amassos com o Roger, seu colega de trabalho. Se escondeu atrás de um poste até que eles se despediram com um sorriso e um abraço apertado e cada um seguiu para o lado oposto.
Ele continuou atrás dela, ia fingir que a encontrou por acaso, e ia oferecer carona, estava fascinado no caminhar dela, quando ela cruzava as pernas e fazia as nádegas rebolarem, tinha umas pernas longas e proporcional, enquanto estava estasiado no corpo dela de costas, não viu outro homem se aproximar dela e para de frente, ela o abraçou, e vendo melhor, era o Agnaldo, seu colega de trabalho também, depois eles se beijaram e conversaram um pouco, ela sorria e desviava o olhar tímida, ele provavelmente fazia algum convite, que ela recusou gentilmente. Ele franziu o cenho e esperou o espetáculo acabar.
Ela e Agnaldo ficaram um tempão, alternando entre sorrisos e conversas, mas finalmente acabou, "ufa" Agnaldo foi para um lado e ela por outro. Agora era a vez dele, ia oferecer uma carona e ela o ia notar sem ser o cara bobo do setor. Acelerou o passo, estava quase tocando o ombro dela, quando alguém buzinou, ela o viu e ele gelou, ela sorriu e suspirou. "Quer carona?" Alguém gritou, ela olhou para o carro, era Andreas, o supervisor, ela assentiu e entrou no carro, ela deu um beijo no motorista, depois os dois acenaram para ele e partiram.
Ele ficou lá, parado na calçada, era fácil, o tempo todo seria fácil. Um dia chegaria a vez dele, pensou.
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