Crônica: QUANDO ACABAR...

Olha ela lá, vem conversar contigo, mas não te pertence. Você gosta de conversar com ela, ela sempre compartilha contigo os sonhos, os gostos, os desgostos, as frustrações e as alegrias. Ela te entende, você acha ela legal, ela deveria ser sua, mas é de outro.

Você fica frustrado, a acha bonita e legal, mas como amigo se sente muito restrito. Porém, você não a abandona, sente que deveria desistir, mas não consegue. Como abandonar alguém que está sempre presente tronando seu dia melhor?

Porém algo muda, ela está livre, ela se abre para você, a sua presença e afinidade trouxe ela para ti. Que vitória! Agora é a hora, garoto, você precisa estar presente mais que nunca, ela está confusa, ela precisa encontrar os sentimentos ocultos que tem por ti, ajude-a a descobri-lo, mostre a ela o quanto ela te agrada, o quanto ela é bonita, e que mais uma vez você está ali para ela e para você, para os dois.

Vitória mais uma vez! Você a convenceu, você mostrou a ela, ela agora é sua, difícil acreditar? Não, você esteve com ela, a divertiu, a ouviu, falou com ela, sonhos com ela, implicitamente você lutou por ela, sem querer, sem intensão, você lutou e ganhou. Aproveite, fica com ela, abrace-a, beije-a, durma com ela, fique com ela o máximo de tempo com ela, finalmente você pode fazer o que sempre quis com ela, seus sonhos se tornarão verdade ao lado dela, o sonho tornou-se realidade, nada vai mudar...

Mas mudou. Você já a conquistou, já ganhou, já a tem, e agora? Agora você tem alguém e quando precisar só bastará chama-la, quando se sentir sozinho, só conversar com ela. Quando precisar amá-la só convidar, pagar ou ir até ela. É garoto, acabou a luta, acabou a graça, agora não sentirá mais aquela expectativa, porque ela já está lá, e não precisa convencê-la de nada mais. Mas cuidado! Se outro cara estiver dando aquela atenção que você dava no começo, se ele estiver a convencendo do que você a convenceu e não manteve, a luta não adiantou nada, você perdeu tudo! E jamais encontrará alguém igual a ela de novo, porque ela era única e você sabia disso e não cuidou.

Se deixar seu jardim morrer, a borboleta irá embora!


Texto: Lucy Batista
Fotografia: Lucy Batista