Crônica: ROTINA PLATôNICA

Resultado de imagem para onibus tumblr
Ela acorda às 6 horas da manhã, como todos os dias, e se arruma, escova os dentes, come uma maçã, depois em frente a um espelho, passa o delineador, o rímel, um batom vermelho e joga o cabelo de lado. Pega marmita na geladeira e coloca na mochila, junto com os materiais da faculdade.
Pega o ônibus lotado e vai o trajeto em pé até chegar ao trabalho. Está com fone de ouvido ouvindo música, então não percebe o tempo do percurso.
Chega e cumprimenta seus colegas com “bom dia”, senta na sua mesa e começa sua tarefa. O dia foi longo, quase não levantou de seu lugar, exceto para o almoço, entretanto não viu o tempo passar, porque seus colegas são divertidos, e o tempo todo contam piadas e fazem brincadeiras. Não importa o quanto seu trabalho era árduo, ela se divertia e se sentia bem em estar lá.
No final do expediente, sua jornada ainda não acabou, troca de roupa, retoca a maquiagem e vai para o ponto de ônibus, próximo destino: faculdade. Está exausta, e durante a viagem coloca os fones de ouvido e cochila. Finalmente a faculdade, encontra seus colegas, e conversam sobre as aulas, sobre professores ou qualquer outra coisa, até a professora chegar. Durante a aula, anota informações importantes e de vez em quando, olha o celular, para a hora passar. Quer sua cama.
Quando acabam as aulas, desce com seus colegas para o ponto de ônibus. Nesse momento vem à sua mente, uma pessoa, e rouba toda sua atenção. Será que ele estará nesse ônibus? Nem sempre ela consegue vê-lo, então só fica na esperança até o ônibus chegar. Ela coloca sua musica preferida imaginando como seria caso eles se conhecessem, como o  chamaria, como era sua voz e quais musicas curtia.
O ônibus chega, ela entra e olha todos os lugares, ele não está. Senta em qualquer banco, desanimada, até que ela vê um rosto conhecido que a tanto agradava.
Seu semblante iluminou, mas ela desviou o olhar e fingiu se entreter com algo a fora da janela, quando na verdade ela olhava o reflexo dele. “Será que ele sentará ao meu lado?” ela pensava. Mas ele sentou a frente dela. Então agora tinha a esperança dele olhá-la e falar com ela.

Os minutos passam, e nada acontecia somente a ansiedade dela aumentava. Ela implorava mentalmente para que ele a notasse, para que ele se interessasse por ela. Mas ele não a olhava quem diria falar com ela. Ele levantou-se, será que a olhava? Nem por um segundo. Passou direto para a porta e desceu. Ele não a notou. Outro dia igual. Outro dia apenas na esperança que acontecesse algo. Não foi. Mal sabia ela, que deveria tomar atitude, e aquela rotina mudaria.

Lucy Batista

Comentários